sábado, março 12, 2005

Ovelhinhas do futuro

E o que é que eu estou lendo durante este verão filhadaputa, cheio de calor? Acreditem, estou carregando comigo a História da Ovelha Dolly, ou melhor, a história de como Ian Wilmut, Keith Campbell e Colin Tudge desenvolveram a técnica da clonagem. O livro é: " Dolly, A segunda Criação". Editado pela OBJETIVA. Um livro que todos deveriam ler para não se assustarem com o que vem por aí. Meu destaque vai para a PARTE IV - A ERA DO CONTROLE BIOLÓGICO, onde os cientistas se aprofundam em considerações sobre os caminhos da biotecnologia. Clonagem humana, xenotransplantes e tudo o mais. Parecer ficção-científica, mas é pura realidade.

Neuza Pinheiro

Entrevistei, na segunda-feira, a cantora Neuza Pinheiro, uma Paranaense nascida em Cambé, cantora, amiga de ninguém menos que Paulo Leminski, Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé.
A história desta mulher é a história da vida de um artista Brasileiro, cheia de interrupções forçadas pela nececidade de sobreviver. Uma entrevista sensacional, mesmo.
Participaram da entrevista Zhô Bertolini, Carla Porrini e o Roberto Parizotti, grande camarada e fotógrafo.

O fim não está próximo

Contrariando minhas expectativas, o trabalho em que venho mergulhando, que já dura muitas semanas, resiste em não terminar. Imaginem a cabeçona deste pobre diabo, que quer umpouco de ócio para escrever, que quer tranquilidade para ler, que quer por nas ruas uma revista fundamental.
Sim, está difícil. Ainda bem que toda vez que a crise se instala eu penso na frase que sustenta este blog e que está pendurada aí em cima: "O DESESPERO É A DOENÇA INFANTIL DO REVOLUCIONÁRIO DO COTIDIANO".

A cada dia ela parece mais fudida.

terça-feira, março 08, 2005

Foguete

Eu tomei um puta dum foguete ontem, bebendo das duas da tarde até uma da manhã, horrorshow!

A Praça da República dos meus sonhos

Roberto Piva

A estatua de Álvares de Azevedo é devorada com paciência pela paisagem de morfina
A praça leva pontes aplicadas no centro do seu corpo
E crianças brincando na tarde de esterco
Praça da República dos meus sonhos
Onde tudo se fez febre e pombas crucificadas
Onde beatificados vem agitar as massas
Onde Garcia Llorca espera seu dentista
Onde conquistamos a imensa dossolação dos dias mais doces
Os meninos tiveram seus testículos espetados pela multidão
Lábios coagulam sem estardalhaço
Os mictórios tomam lugar na luz
Os coqueiros se fixam onde o vento desarruma os cabelos
Delirium Tremis diante do paraíso
Bundas glabas sexo de papel
Anjos deitados nos canteiro cobertos de cal
Água fumegante nas privadas
Cérebros sulcados de acenos
Os veterinários passam lentos, lendo Dom Casmurro
As jovens pederastas embebidos em lilás
E putas com a noite passeando em torno de suas unhas
Há uma gota de chuva na cabeleira abandonada
Enquanto o sangue faz naufragar as corolas
Oh, minhas visões
Lembranças de Rimbeaud
Praça da República dos meus sonhos
A última sabedoria debruçada numa porta santa.